A oficina é direcionada para artistas cênicos, visuais e audiovisuais que queiram trabalhar com a ideia de autonomia em processos criativos, na elaboração de obras que possam transitar e se reconfigurar em diferentes mídias. A proposta é de uma oficina teórico-prática na qual o artista participante poderá debater e experimentar distintas ferramentas de criação, desde a manipulação manual de elementos até a manipulação tecnológica e digital. Apesar da oficina enfatizar alguns softwares e aplicativos de manipulação em mídias digitais, o objetivo é pensar a autonomia a partir da manipulação e agenciamento de corpos, objetos, palavras, luz, sombras, cores, imagens, sons, espaços e arquiteturas.
A oficina terá uma abordagem performativa na qual pretendemos enfatizar mais a vibração, a presença e a materialidade das coisas do que suas possíveis representações. Uma investigação que aposta na reinvenção de si e das coisas, na subversão de ideias pré-concebidas, na traição de impulsos mecanizados, na valorização dos erros e numa metodologia de não saber. Por meio de procedimentos de redução, subtração e exaustão, a oficina enfatizará dispositivos que trabalhem a escassez, a eliminação de elementos de poder, a desierarquização entre os elementos constituintes da obra, a imaginação, a descentralização do humano e conceitos poético-filosóficos como corpo sem órgãos, rizoma, devir e multiplicidade. A oficina pretende estimular a criação de obras que trabalhem numa zona de experiência que acessem novos circuitos de afetos e novos modos de existência.